Amada
Vivo a te aspirar como viciada,
Ardendo em chamas, querendo ser possu�da,
Na busca do n�ctar que sempre derramas,
Nos momentos �ridos da minha vida.
Nessa nossa entrega desamparada,
Sou submiss�o, somos comunh�o, �s minha,
Nas noites em que me dominas acordada,
Nos dias em que me corrompe a lida.
Nas lacunas em que sofro o abandono,
Fico a te chamar sem ser ouvida;
�s cruel, desdenhando do meu choro,
Renegando-me a uma mortal rotina.
Quando fundidas num desejo puro,
No bale de prazer da cria��o infinita,
Vamos concebendo luz, parindo frutos,
Tu e eu, insinuante poesia amiga.
Tiza |