Por que assombras meus parcos sonhos,
Revestido nessa bruma perfumada,
Fazendo-me flutuar nesse meu desejo
De ainda querer essa hist�ria j� esgotada?
Que fazer para expurgar-te recorda��o,
Resgatar-me dessa insistente miragem
De um belo o�sis, h� muito soterrado,
E retornar dessa melanc�lica viagem?
J� n�o me � poss�vel adormecer,
Envolver-me naqueles doces abra�os,
Vol�til afeto consumido pelo passado,
Restando esse frio do teu vago espa�o.
Percebas a solid�o que me assola,
Nesse fecundo fogo f�tuo que revivo
A cada pequena lembran�a sublimada
Daquele amor que ainda trago comigo.
Sinto ainda o corpo �mido e exaurido
Do esfor�o r�tmico de nossos ventres,
Daquelas longas e perfeitas car�cias,
Que sei terem sido ilus�es somente.
Fostes, eu sei, um dia o bem-querer
Da mulher que agora sou, amanhecida,
Triste fr�gil humano deus idealizado,
Pela menina que fui, agora perdida.